Uma viagem fora do comum
Depois de alguns meses de programação e muito entusiasmo, resolvemos que sairíamos de São Paulo em um uno mile fire, lotado de bagagem e cadeira de rodas, para rodar todo o Litoral brasileiro, atrás de material para lançar o primeiro guia turístico para cadeirantes do Brasil.
Nossa bagagem dentro de um uno consistia em: barraca, colchonetes, cobertor, travesseiros, fogareiro, panelas, mantimentos, etc. O Por quê do material?
Porque não sabíamos o que iria acontecer pelo caminho e se não conseguíssemos hospedagem como permuta, teríamos que acampar para poupar nosso dinheiro.
Tínhamos no carro uma cadeira de banho e material para o guia, isso quer dizer, caixas e mais caixas com pastas e papéis que utilizaríamos para as consultorias que daríamos durante a viagem...
Fora todas estas coisas dentro do carro, havia um bagageiro com prancha de surf e uma perna de pau para nossos momentos de folga! Pode?
Desembolsamos uma grana e lá fomos nós para essa grande “aventura”.
Saímos de São Paulo com destino a Trancoso, na Bahia e a nossa primeira parada foi no sítio da família, no Sul de Minas Gerais. Por lá pretendíamos ficar apenas dois dias, mas eu, a cadeirante da equipe, tive complicações de saúde e comecei a ter muita febre, o que atrasou um pouco a nossa saída. Depois de recuperada, pudemos seguir viagem.
Estávamos ansiosos pois não sabíamos o que encontraríamos no inicio desta empreitada. Como toda viagem, nosso projeto tinha cronograma, datas a seguir e custos pre-programados, mas também estávamos sujeitos a muitos problemas no caminho.
Saímos pelo Sul de Minas e fomos em direção ao Rio de Janeiro. A viagem foi muito gostosa e tranqüila, pois estávamos com pique total! Paramos em lugares, como Búzios, no Rio de Janeiro e Marataízes, no Espírito Santo, só para conhecer, pois não podíamos ficar por muito tempo para não atrasar nosso cronograma. Tínhamos que chegar a Bahia o mais breve possível para não acumular o trabalho na alta temporada.
Achamos o Litoral do Espírito Santo muito exuberante embora ainda muito inacessível.
Pensamos: “Nossa, nunca vamos achar pousadas adaptadas neste local”...
E para a nossa surpresa,quando chegamos em Aracruz, ainda no Espírito Santo, encontramos uma pousada maravilhosa com acessibilidade. Ainda não adaptada, mas já pudemos ficar felizes com o que vimos!!
Chegamos em Trancoso, na Bahia, após 3 dias de viagem e logo que colocamos o pé na ex-pacata vila baiana de pescadores, soubemos que o trabalho por lá ia ser árduo atrás de alguma pousada acessível...
