Paraty - RJ

Paraty foi fundada em 1667 em torno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira. Teve grande importância econômica no passado devido aos engenhos de cana-de-açúcar e chegou a ter mais de 250 engenhos. No século XVIII, destacou-se como importante porto por onde se escoava das Minas Gerais, o ouro e as pedras preciosas que embarcavam para Portugal. Após a abertura da Estrada Paraty-Cunha,e principalmente, após a construção da Rodovia Rio-Santos na década de 70, Paraty torna-se pólo de turismo nacional e internacional, devido ao seu bom estado de conservação e graças às suas belezas naturais. Em sua área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, onde está a Vila da Trindade, a Reserva da Joatinga, e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar.
Estar em Paraty é uma experiência diferente para todos, mas com certeza será uma experiência muito marcante para um cadeirante, um idoso ou para alguém com dificuldades de locomoção. Estar de cadeira de rodas no centro histórico de Paraty é uma tarefa muito difícil, por conta do calçamento antigo da cidade histórica. As ruas do centro são fechadas por correntes e o único acesso que temos é de charrete. Mas com certeza também não será fácil, pois até mesmo dentro do veículo nos ficamos “quebrados” ao final do dia.
Paraty é maravilhosa e vale à pena conhecê-la, mesmo estando na cadeira de rodas. A cidade é mágica! Caso não queira visitar o centro de charrete ou com sua cadeira, o cadeirante terá outras opções para se divertir.
Fui documentar a cidade no Festival de Jazz deste ano de 2011 e adorei! A cidade promove este evento e muitos outros ao longo do ano. A famosa Flip, Festa Literária Internacional de Paraty, estava sendo montada num local todo acessível, na parte nova da cidade. Ao longo do canal, o cadeirante terá a opção de percorrer todo o local com sua cadeira de rodas, utilizando uma ciclovia e a feira estará sob uma tenda enorme com tablados de madeira, também para facilitar o acesso. Além desta feira existe ainda a festa da cachaça, muito famosa na região e muito procurada por turistas do mundo inteiro. Vale a pena conferir a programação.
Mas Paraty esconde outras belezas, existem ilhas e praias paradisíacas que podem ser visitadas contratando um barco, que sai em média 50 reais a hora com a possibilidade de embarcar até 12 passageiros. Outra possibilidade é o passeio de escuna, em torno de 30 reais por pessoa, com durabilidade de 6 horas.
Não deixem de visitar o Forte Defensor Perpétuo, que pode ser acessado de carro para facilitar a vida do cadeirante.
Outro passeio inesquecível é a Fazenda Murycana, uma fazenda situada ao pé da Serra da Bocaina, em Paraty, a Fazenda funciona como engenho de aguardente. No passado foi casa de farinha e cafezal, entreposto de comercialização no ciclo do café, do ouro, do açúcar mascavo e aguardente e de mão-de-obra escrava. Peças em exposição na fazenda constatam as atividades comerciais passadas. No século XVII era conhecida como "Três Fazendas" porque estava distribuída em três níveis: nível superior, onde morava o senhor do engenho; no intermediário, os serviçais (escravos); no nível inferior funcionava o entreposto. O Porto de Paraty exportava produtos de São Paulo e Minas Gerais e recebia mercadorias de vários países, que eram distribuídas nas Províncias, tendo a Fazenda Murycana como parada obrigatória. O antigo engenho da Murycana, movido à roda d'água, produzia aguardente envelhecida em tonéis de carvalho e cerejeira, destilada sob fogo a lenha, além de licores, melados e pingas afrodisíacas. No local, onde hoje se encontra o alambique, ficava a senzala onde os escravos eram recolhidos para dormir numa espécie de calabouço forrado com feno e capim seco. Desciam até o fundo do buraco por uma escada móvel que era depois retirada para evitar que fugissem e recolocada na manhã seguinte.
 A Praia do Pontal é uma ótima opção para o cadeirante em Paraty, para curtir uma praia, uma cervejinha ou ate mesmo uma maravilhosa pizza em um de seus kioskes.